Dimas olhou ao redor sentindo o silêncio causado por suas palavras. Os presentes eram homens de armas, alguns jovens demais para sentir o ódio verdadeiro, apenas filhos das histórias dos pais, os demais eram pessoas vincadas por mágoas antigas, ressentimentos que criavam seu próprio sangue nas veias de um homem. Algo venenoso e insidioso que causava insanidade e alimentava uma vida. Mas seus olhos de Dançarino da Água viram mais... viram homens famintos por poder.
- O que quer dizer? - concedeu Sor Lutos após um tempo.
- A vingança é uma palha que arde depressa, Sor, e que só deixa cinzas no fim. Quando terminarem de queimar tudo, onde pretendem morar? Suponho que possuam propriedades na cidade?
- Seu humor bravosi beira ao irritante...
- De modo algum, Sor, nunca falei tão sério em toda a minha vida – disse Dimas setando-se na cadeira de espaldar alto com o brasão dos Blackfyres. Os senhores falam em empreender matanças, plantar o caos e deflagrar pestes que nunca mais poderão ser contidas, o que pensam que sobrará para vocês depois disso? Acham mesmo que a morte de Quenton irá resolver tudo?
- Escute, rapaz, você está indo longe demais...
- Ao contrário, o senhor que está indo de menos – disse Dimas se levantando e batendo na mesa a lâmina de sua espada desembainhada e com o cabo de dragão à mostra – O senhor diz vingança, eu digo pretensão.
Algumas mãos desceram às armas por reflexo, mas um gesto de um dos cavaleiros mais velhos os fez desistir.
- A espada Blackfyre. O-onde conseguiu esta espada? - perguntou o cavaleiro assombrado pelos desenhos no aço valiriano.
- Cavalheiros – disse Dimas ignorando os murmúrios enquanto circundava a mesa com a espada na mão. Sei que há muito rancor nisto, e que infringir dor aos seus inimigos parecerá aplacar os fantasmas que os assombram, saciando a sede de sangue que lhes é cobrada dia e noite por suas honras. No entanto, as revoltas empreendidas pelos Blackfyres não tiveram a ver com objetivos individuais, elas possuíam um motivo mais altivo, que era o bem estar de toda Westeros, que caíra nas mãos de um rei ilegítimo. Quando meu antepassado, Daemon, recebeu das mãos de seu próprio pai, Aegon Targaryen IV, a espada Blackfyre, recebeu também a sua pretensão e a prova de seu favoritismo, nomeando-o como seus sucessor e a ocupar o trono quando chegasse o momento. Mas quando Aegon faleceu, Daeron II assumiu o poder, apesar dos boatos da sua bastardia. Muitas pessoas pereceram lutando em prol daquilo que achavam correto, tentando colocar Daemon no Trono de Ferro. Em nome dessas pessoas, não podemos cometer os mesmo erros do passado, sucumbindo a desejos mesquinhos de vingança pessoal. Se queimarmos tudo, como construiremos das cinzas? Precisamos organizar um levante sim, mas de forma acertada e planejada, de forma que sejamos bem sucedidos.
Lutos bate palmas sorrindo num esgar raivoso e, escarnecendo, diz:
- Bravo, bravosi. E como deveríamos fazer, então, segundo sua sabedoria, esta Terceira Revolta?
Dimas sorri olhando ao redor, analisando os rostos. Alguns pareciam tocados pelo discurso, mas a maioria parecia desconfortável pela pretensão indesejada de um Zé Ninguém que colocava todos os seus planos em risco. De certo, o dragão que esperavam era mais ordeiro e menos insano que Dimas.
Enfim, aquela era a hora. Já havia conseguido tudo que queria de sua família, e aquela reunião tinha posto um ponto final em tudo. Meistre Aemon Targaryen tinha razão por fim, não valia a pena chafurdar na lama e se relacionar com aquelas pessoas pelo resto da vida. Não era assim que gostaria de passar os seus dias e tampouco ser lembrado após a morte. Era mais decente ser um bastardo, um Rivers, a sair matando inocentes com pestes e incêndios como um Blackfyre. Estava na hora de pôr um fim àquele jogo. Então, Dimas para de frente a Lutos e diz:
- A primeira coisa, Sor, é ter um líder – sutilmente, ele balanceia o peso nas duas pernas e aponta a espada para o peito de Lutos – Todos sabemos que só há uma pessoa nesta sala que pode sentar nesta cadeira bonita ao seu lado.
A face de Lutos muda de cor, mas ainda não é o tom que Dimas necessita. Para sair dali, precisaria de mais fúria e precipitação, precisaria de distrações e combates. Será que conseguiu algum aliado com o discurso? Teria a chance de o saber em breve.
- E todos sabemos também, Sor, que esta pessoa nunca poderia ser o senhor, afinal, quem gostaria de ter um líder que no meio do combate possa sair de mansinho como um cachorrinho e pedir perdão ao nosso inimigo?
Sim, aquele era o tom certo. Agora, era só esperar o movimento e então Dançar!
Valar Morghulis, todo homem deve morrer.
Sáb Jun 22, 2013 3:43 pm por Gabriel Rocha Ribeiro
» [Vendo] Dixit Boardgame - R$ 135,00
Ter Jun 18, 2013 8:49 pm por Lucas Mello
» Mercado de RPG
Seg Jun 17, 2013 7:00 pm por linderman.castro.3
» [Vendo][Usado] Livro do Jogador D&D 4 Edição nacional
Seg Jun 17, 2013 10:37 am por Gabriel Rocha Ribeiro
» Você e seu dia
Qua maio 01, 2013 9:19 am por moura
» Sobre o porque dessa "seção"
Dom Jan 27, 2013 4:01 pm por wulfgar
» RPG e EDUCAÇÃO
Sex Nov 02, 2012 12:14 am por Adeyvison Siqueira
» A Morte Cinzenta - PbF
Qua Ago 08, 2012 10:51 pm por JMoicano
» Compro Contatos Cósmicos
Qui Jul 12, 2012 2:05 am por LordAnborn